Lançar um olhar para o aluno enquanto ser integral constitui-se em uma proposta ousada e pouco evidenciada na prática, embora presente nos discursos de algumas filosofias educacionais.
A integralidade do ser humano deve ser tomada como pressuposto para embasar as ações dos profissionais que estão à frente da educação. Envolver o aluno no processo de aprendizagem, apesar de suas limitações momentâneas, considerar a sua emocionalidade como decisiva nesse processo e torná-lo agente de sua própria vida é um enorme e encantador desafio aos profissionais da educação, sobretudo, aos professores.
A escola, como instituição e extensão familiar, precisa capacitar educadores que atuem na dimensão emocional dos alunos por meio de intervenções eficazes. Muitas vezes, a eficácia reside no fato de o educador inserir, em sua prática cotidiana de sala de aula, a formação de valores e o desenvolvimento de competências nos alunos. Os professores, por sua vez, necessitam desenvolver o hábito da sensibilidade. Possuidor desse fascínio, o educador consegue transmitir segurança ao aluno e, a partir do vínculo criado, imprimir-lhe valores que ele carregará por toda a vida. O educador é o agente mais promissor a gerenciar essa competência emocional no aluno.
O trabalho de formação de valores e competências deve despertar no aluno possibilidades de escolhas diante de situações diversas, desenvolver o sentimento compassivo em relação ao outro e a resiliência, capacitando-o a observar a si mesmo e a controlar as emoções. O aluno torna-se gerenciador de seus próprios conflitos, percebendo-se protagonista da sua história.
Independentemente do contexto do educador ou do educando, é necessário que ambos compreendam o poder que têm na sociedade – o primeiro enquanto agente disseminador de ideias, o segundo, como responsável pelas atitudes e decisões, perpetuando as ideias internalizadas ao longo de sua trajetória acadêmica.
Muitas instituições estão gerando jovens insensíveis ou hipersensíveis, sem qualquer controle emocional. É necessário formar jovens que sejam inteligentes emocionalmente, não só na execução de exercícios práticos impressos em papel. As situações impressas pela circunstâncias da vida de cada um tem papel preponderante no futuro. A forma como esses jovens escolherão enfrentar as adversidades lhes conferirá uma vida próspera ou de aprisionamento emocional.
Que todos os profissionais da educação, tornem-se conscientes da importância do discurso que disseminam e dos exemplos que oferecem àqueles que, com o olhar atento e curioso, sentem-se sedentos de compreensão e orientação para a vida. Que as ideias disseminadas sejam fonte abundante na vida dessas crianças e jovens que ouvem, observam e imitam seus professores.
“Aonde chegamos depende do quanto libertamos a arte de pensar.”
Augusto Cury
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